MENSAGEM DO EVANGELHO
O PROFETA DESPREZADO
Evangelho (Mc 6,1-6): Naquele tempo Jesus foi para sua própria terra. Seus discípulos o acompanhavam. No sábado, ele começou a ensinar na sinagoga, e muitos dos que o ouviam se admiravam. «De onde lhe vem isso?», diziam. «Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por suas mãos? Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, Joset, Judas e Simão? E suas irmãs não estão aqui conosco?». E ele se tornou para eles uma pedra de tropeço. Jesus, então, dizia-lhes: «Um profeta só não é valorizado na sua própria terra, entre os parentes e na própria casa». E não conseguia fazer ali nenhum milagre, a não ser impor as mãos a uns poucos doentes. Ele se admirava da incredulidade deles. E percorria os povoados da região, ensinando. Palavra da Salvação.
REFLEXÃO
Jesus foi rejeitado em Nazaré, porque era de lá, e todos o conheciam desde criança, e também a sua família. Nós também frequentemente fazemos esse pecado de rejeitar nossos líderes cristãos locais e valorizar mais os que vêm de fora.
“Jesus se admirou da incredulidade deles, e “ali não pôde fazer milagre algum.” A graça de Deus depende da nossa abertura a ela e da nossa fé.
Os chefes judeus eram divididos em três grupos: fariseus, saduceus e sacerdotes. Os fariseus colocavam sua segurança na Lei. Os saduceus colocavam sua segurança no dinheiro; eram todos latifundiários. E os sacerdotes colocavam a sua segurança no culto. Assim, nenhum deles precisava de profetas. O pior é que essas mesmas tentações estão nos rodeando o tempo todo!
“Esse povo me procura só de palavra, honra-me apenas com a boca, enquanto o coração está longe de mim. Seu temor para comigo é feito de obrigações tradicionais e rotineiras” (Is 29,13). “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mt 15,8).
“Na sua boca, tu (Senhor) estás presente, mas longe do coração” (Jr 12,2).
“Jesus admirou-se com a falta de fé deles.” A rejeição a um líder, só porque é da própria cidade ou bairro, é sinal de falta de fé. Pensando bem, é até preferível um líder cristão local, porque nos conhece, para falar o que precisamos ouvir, e porque nós o conhecemos e unimos às suas palavras o seu exemplo de vida. Também porque possibilita a continuidade na evangelização, já que o líder está sempre presente ali.
Entretanto, na maioria das vezes a rejeição não é ao líder, mas à sua mensagem. Se o profeta falasse o que o povo quer ouvir, ninguém o atacaria. É mais fácil destruir o mensageiro do que acolher a mensagem.
“Eles roubam, matam... e depois se apresentam diante de mim no Templo, dizendo: estamos salvos” (Is 1,11-15).
Se os destinatários do líder fossem santos, não precisariam dele. Por isso, o líder deve continuar firme, confiando em Deus que sempre o protegerá. “Se, quando éramos pecadores, fomos reconciliados com Deus, muito mais agora, redimidos, seremos salvos” (Rm 5,10). Vamos imitar a Deus, amando os pecadores.
O profeta tem o dom de falar a palavra certa, na hora certa, para a pessoa certa e do jeito certo. O profeta tem o dom de tocar na ferida, isto é, falar aquilo que precisamos ouvir, não o que queremos ouvir. Por isso a sua palavra às vezes dói em nossos ouvidos, mas nos liberta e nos faz felizes.
O profeta não se preocupa em agradar os ouvintes, mas em levá-los à conversão e à felicidade plena. Ele tira todas as nossas seguranças e apoios. Ficamos como Pedro andando sobre as águas.
Há muitos modos de perseguir um profeta ou líder: “Gelá-lo”; exagerar os seus pontos fracos; torcer as suas falas, jogando-os contra o povo.
Recebemos no batismo, e principalmente na crisma, a missão de sermos profetas. Nós a exercemos, ou não, todos os dias em nossos relacionamentos, palavras e atitudes.
Certa vez, um professor mandou um aluno conjugar o verbo amar. Ele conjugou direitinho, no presente, no passado e no futuro. Ganhou nota dez.
Na hora do recreio, aquele aluno brigou com um colega sem motivo e o xingou de palavrão. O professor ficou sabendo e, depois do recreio, lhe disse: “Vou diminuir a sua nota. Você conjuga bem o verbo amar, mas não o pratica”.
Quantas vezes nós fazemos isso, falando uma coisa e vivendo outra!
VERSOS DE HOJE – MARIA MULHER
Vejam aquela mulher
Vestida d tanta beleza
É Maria entre as mulheres
Que nos trouxe a riqueza
Foi Jesus que veio dela
Nossa Grande cidadela
Onde se canta a grandeza
Vejam aquela mulher
Na simplicidade que tem
É a Mãe de todos os viventes
A Ela nosso louvor convém
Maria, Maria de Jesus
Foi heroína ao pé da cruz
A Maria, honra, glória, amém
Vejam aquela mulher
Sinal d maior devoção
Do povo sofrido da terra
Que encontra a libertação
Maria, Maria, Maria
Nossa estrela guia
Conduz-nos a Salvação
PENSAMENTO DO DIA
“O profeta é aquele que fala aquilo que Deus coloca em sua boca e no seu coração” Pe. Tula
SANTO DO DIA
Beato Eugênio III
O papa Eugênio III nasceu em Montemagno, numa família cristã, rica e da nobreza italiana. Foi batizado com o nome de Píer Bernardo Paganelli, estudou e recebeu a ordenação sacerdotal na diocese de Pisa, centro cultural próximo da sua cidade natal.
Possuía um temperamento reservado, era inteligente, muito ponderado e calmo. Segundo os registros da época, em 1130 ele teve um encontro com o religioso Bernardo de Claraval, fundador da Ordem dos Monges Cistercienses e hoje um santo da Igreja. A afinidade entre ambos foi tão grande que, cinco anos depois, Píer Bernardo ingressou no mosteiro dirigido pelo amigo e vestiu o hábito cisterciense.
Através da convivência com Bernardo de Claraval, ele se tornou conhecido, pois foi escolhido para abrir um outro mosteiro da Ordem em Farfa, diocese de Viterbo, sendo consagrado o abade pelo papa Inocêncio II. Quando esse papa morreu, o abade Píer Bernardo foi eleito sucessor.
Isto ocorreu não por acaso, ele era o homem adequado para enfrentar a difícil e delicada situação que persistia na época. Roma estava agitada e às voltas com graves transtornos provocados, especialmente, pelo líder político Arnaldo de Bréscia e outros republicanos que exigiam que fosse eleito um papa que forçasse a entrega do poder político ao seu partido. Muitas casas de bispos e cardeais já tinham sido saqueadas. Por isso os cardeais resolveram escolher o abade Píer Bernardo, justamente porque ele estava fora do colégio cardinalício, portanto isento das pressões dos republicanos.
Ele assumiu o pontificado com o nome de papa Eugênio III. Mas teve de fugir de Roma à noite, horas após sua eleição, para ser coroado no mosteiro de Farfa, em Viterbo. Era o dia 18 de fevereiro de 1145. Como a situação da cidade não era segura, o novo papa e seus cardeais decidiram mudar para Viterbo. Quando a população romana foi informada, correu para pedir sua volta. Foi assim, apoiado pelo povo, que o papa Eugênio III retornou para Roma e assumiu o controle da cidade, impondo a paz. Infelizmente, durou pouco.
Em 1146, Arnaldo passou a exigir a destruição total de Trívoli. Novamente o papa Eugênio III teve de fugir. Como se recusou a comandar o massacre, ele corria risco de morte. Teve de atravessar os Alpes para ingressar na França, onde permaneceu exilado por três anos.
Os conflitos não paravam, o povo estava sempre nas ruas, liderado por Arnaldo, e o papa teve de ser duro com os insubordinados da Igreja que se aproveitavam da situação. Nesse período, convocou quatro concílios para impor disciplina. Também depôs os arcebispos de York e Mainz; promoveu uma séria reforma na Igreja e na Cúria Romana em defesa da ortodoxia nos estudos eclesiásticos. Enviou o cardeal Breakspear, o futuro papa Adriano IV, para divulgá-la na Escandinávia, enquanto ele próprio ainda o fazia percorrendo o norte da Itália.
Só retornou a Roma depois de receber ajuda do imperador alemão Frederico Barba-Roxa, contra os republicanos de Arnaldo. Ainda pôde defender a Igreja contra os invasores turcos e iniciar a construção do palácio pontifício. Morreu no dia 8 de julho de 1153, depois de governar a Igreja por oito anos e cinco meses, num período tão complicado e violento da história. O papa Eugênio III foi beatificado.
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