O RICO E O POBRE
O Evangelho de hoje nos traz a história do rico e do pobre, já bastante conhecida, que desde a tenra idade ouvimos tantas vezes nossos pais e catequistas nos contarem com bastante riqueza de detalhes.
A primeira vista este relato pode ser interpretado sobre a ótica do juízo final; como ficarão aqueles que não se converterem para o Senhor, irão para o fogo eterno? e o pobre herdará o céu, a felicidade eterna?
Não podemos resumir o Evangelho nesta simplória reflexão, pois, o sentido da historia é de uma amplitude maior, que vai além de uma simples constatação, de ir para o céu ou inferno.
Nós queremos refletir este Evangelho, a luz do contexto de nossa história, onde chegamos a constatar uma fila enorme dos empobrecidos, e miseráveis da sociedade, e um grupo reduzido de pessoas possuidor da maioria dos bens de produção.
Se tivéssemos que escrever este Evangelho com a linguagem de hoje, necessariamente teríamos aos nossos olhos este modelo de sociedade classista, que estabelece uma distancia muito grande entre os que tem mais e a grande parte das pessoas vivem num regime de pobreza absoluta.
Portanto, aqui não se trata apenas de olhar sentido bíblico textual, mas o contextual, na vida e na realidade social em que vivemos. Seria muito cômodo para nós, visualizar a história do rico e do pobre, olhando apenas o fato como tal, e se apropriar do mesmo, interpretando naquela visão, “é isso mesmo, pobres sempre nós teremos”, não é por aí, o que nós temos é uma sociedade de empobrecidos.
Esconder esta realidade, seria tapar o sol com a peneira, é fazer exegese bíblica fora do contexto da história, sem levar em conta a realidade constrangedora que passa o mundo em que vivemos.
Não se trata como já dissemos, o rico vai para o inferno e o pobre vai para o céu. Porque deve ter muito que são ricos convertidos e bons no céu, como vice-versa. O Evangelho quer nos chamar a atenção neste tempo quaresmal, que é preciso uma atitude profunda de conversão. O texto nos remete para uma profundidade muito grande e sinaliza também, para encontrarmos um modelo de sociedade ideal e que corresponda as exigências do Evangelho.
O grande problema reside no fato, do rico viver o seu isolamento pessoal, um individualismo doentio, que revela o distanciamento enorme dos pobres e sofridos, onde estes não conseguem usufruir os bens de produção, enquanto os outros vivem da regalia.
Na sociedade pensada por Jesus, a ordem dos fatores se inverte, ela tem que ser igualitária, e por isso exige como necessidade urgente a conversão do rico. Nada o levará a mudança de vida se não levar em conta a abertura de seu coração, e reconhecer em Jesus Cristo, o sinal do amor de Deus presente na história, trazendo-nos atitudes de alegria e gratidão.
Portanto, aprendamos a ler este texto sagrado nesta ótica, e só desta maneira poderemos, neste tempo de quaresma, nos aprofundar nesta direção, da conversão fruto da misericórdia, onde Deus nos acompanha e segue nossos passos, apontando novos caminhos.
Nesta convivência fraterna que o tempo sugere, iremos descobrir que, neste modelo de sociedade de irmãos, é que se alimenta a verdadeira utopia de Jesus Cristo, e torna presente na realidade de nossa vida. Deus vos abençoe.
VERSOS DE HOJE – 8 de MARÇO – Pedro Sampaio
PENSAMENTO DO DIA
"A mulher a grande beleza que Deus criou para enfeitar a natureza".
Pe. Tula
HISTÓRIA DE CAUCAIA
ESTA MULHER FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA
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